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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015



SOMENTE A REEDUCAÇÃO DO EGO PODE SALVAR A HUMANIDADE, DE SI PRÓPRIA


Antes de mais nada, tenho convicção de que o planeta não é um refém dos seres que produziu, nem mesmo da humanidade, como se usam tecnologias avançadíssimas para apregoar na mente de todos. O planeta pode estar com a derme doentia, mas a terra é um ser vivo, e pertence ao nosso sistema solar, à nossa galáxia e ao universo. O planeta teve um nascimento, terá um esgotamento, e continua seu processo de desenvolvimento, à revelia do que acontece na sua casca mais fininha e mais superficial.

E é sim, muito lógico e razoável deduzir, que ele também tenha o próprio destino, nem tanto relacionado ao homem, e muito mais a outros corpos celestes, do seu tamanho. Nossa embarcação, a ciência o sabe hoje, já sofreu avarias colossais, cataclismos terríveis, e deu provas de uma capacidade de regeneração ainda maior. A natureza não vai acabar, nem a água, nem o ar que ainda nos é gratuito. Mas a humanidade, como civilização, caminha para a própria destruição. E também sabemos que esse filme é um plágio, sem haver quem reclame direitos autorais, porque os antigos autores morreram com os seus erros.

Também estou convencido de que essa ameaça é intratável, e uma improvável solução, ainda que seja vislumbrada, não pode ser gerida por nenhum governo, muito menos pelo governo amiguinho do super-herói da moda, até porque ela tem razão em uma diversidade incontável de problemas, que seriam igualmente intratáveis individualmente. Contudo, é possível racionalizar, desde que, o grupo que se incumba disso queira realmente mais isso, do que lucrar com a ideia do fim, e com a paranóia das massas. Ah, sim, claro... Um coletivo de governos isento, justo e confiável, em vez de coletivos conduzidos por lideranças sem isenção, poderia sim fazer o que falta para reorientar a destruição, até que a reversão fosse tecnicamente plausível.

Parece platônico? Penso que não seja. E vou além: pelo andar da carruagem, em um futuro próximo, todos irão querer pensar como eu, em face da inexistência de alguma alternativa e do grau terminal do organismo da civilização. Esse estado de tratamento intensivo, obrigará ao entendimento de que o ego, das pessoas, das famílias, das instituições, dos governos, enfim, de todas as formas de inviabilizar a união em favor de objetivos comuns, é a síntese dos problemas, e de que o poder destrutivo e de domínio, cujos genes se insinuam na sua genética vestindo peles de plácidos carneirinhos, é a síntese dos métodos de convencimento.

Ora, não se chamaria de platônico um otimismo que se baseasse na simples história. Senão vejamos. Temos neste país um caos político que produz outros, por ausência de união e congruência no exercício do papel do Estado. Somos herdeiros da colonização por degredados europeus, e de um rei que abriu mão de unir-se a outros contra Napoleão, e nem mesmo quis unir seu próprio povo. Nossos índios nativos foram praticamente exterminados, porque já eram na época restos isolados da degradada raça que chamamos de tronco tupi-guarani, e cuja desunião pôs seu poderoso reino a perder.

Mas nossos nativos não foram exterminados porque lutavam com paus e pedras contra portugueses armados de ferro e pólvora, e sim porque a sua desunião inviabilizava o aproveitamento da vantagem numérica, do conhecimento do terreno, bem como de uma logística muito menos exigente e cara. Eram alguns milhões de índios, quando começaram a chegar no litoral algumas naus trazendo uns gatos pingados mentirosos, mas abarrotados de ambição por riqueza.

Como a escravização de índios dava poucos resultados e muitas emboscadas, a de negros africanos era bem mais rentável e, sobretudo, muito mais fácil. Bastava apoitar em determinados abrigos nas costas da África, já que tudo se repetia lá também. O continente africano pertencera a raças poderosas, mas aquelas tribos da idade média guerreavam entre si, capturavam os vencidos e os vendiam a um intermediário, que os embarcava na costa, para o Brasil, para a América do Norte, Canadá... Resultado da desunião: milhões de negros escravizados, poupados os milhares que felizmente morreram durante a viagem.

Aqui no Brasil, no prosseguimento, segundo os primeiros censos oficiais, havia o equivalente em negros e mulatos escravos a pelo menos três vezes a população européia dominante. Caso fossem etnias unidas, em maior número de indivíduos do que os que se refugiavam em quilombos distantes, os capitães (donatários), a nobreza que veio com o rei, o império, talvez fossem massacrados, como aconteceu exporadicamente em outras colônias pelo mundo.

Teríamos muitos outros exemplos no passado. Moisés quis unir os hebreus e Maomé os árabes. E aqui está um exemplo importante. Hoje, se judeus e árabes se unissem, qual outro povo teria tanto poder? Menos que isso, bastava que os árabes fossem capazes de unir-se entre si. Ou Rússia e China.

O ego, infectado pela ambição, seja na dimensão de uma pessoa ou na de uma nação (governada por egos), deve ser reeducado para aprender que abrir mão de uma parte sua em favor de um coletivo, com um objetivo claro e métodos organizados, pode levar a um poder imenso, o maior e mais verdadeiro poder ao alcance de tão ínfimos deuses. E unicamente esse poder humano, pode poupar a civilização e a humanidade da auto-destruição tão potencialmente próxima.

Por que não se põe nisso prioritariamente o foco, em vez de eleger fenômenos da natureza, que são consequências e não causas, para criar pânico e desorientação?... Porque o ego de alguns quer vender e o de muitos consumir notícia, porque o pânico dá lucro, porque a política divide as pessoas para que assim melhor as represente e as explore... Porque o ego não mede as consequências de enganar. E porque criamos um universo enganoso próprio, governado mais por conceitos falsos do que por pessoas falsas. E achamos que trocar algumas individualidades resolve, como se elas pudessem ser, ainda que o quisessem, a causa de tudo.

Não pomos o foco na diversidade, não temos um planejamento panorâmico, não respeitamos todos os direitos... Mas o ego não abre mão de um só dos seus direitos.

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