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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015



O SENSO DE DIREITO À BRASILEIRA


Absurdamente estranho é o senso de direito, maquiado pela ambição de poder, que permeia e justifica a nossa política desonesta, sediada nas casas legislativas (onde as leis são feitas e regulamentadas) porém hoje encovilhada em todas as instâncias do Estado. É um contra-senso público. A ambição usurpa o espaço do interesse público, e transforma a gestão do bem comum em enfrentamentos pessoais, por vezes dissimulando a covardia do terrorismo e do crime organizado. O que essa política faz com a representatividade, é traição, por ação e omissão.

Mais revoltante não perceber a chantagem óbvia por trás das palavras, e dos olhares sórdidos, de quando dizem tipo assim "se eu cair arrasto muitos comigo". Pior, muito mais aviltante, é não haver uma reação imediata das próprias casas, porque isso demonstra que não nos falta apenas a lealdade de quem o diz (ação), mas também falta a perspectiva da correção (omissão)!

Esse bordão assegura o caráter criminoso de quem o usa. E não poderia ser suposto como blefe, porque não se trata de um carteado de pistoleiros americanos, não estão num "saloon", e porque nem todos os apaches estão mortos ainda. Foram alfabetizar os tupiniquins para rechear de argumentos a propaganda, agora está a cada dia mais difícil enganá-los com pentinhos e espelhinhos.

Os brasileiros que não se dependuram nas tetas do erro, não podem aceitar que autoridades legislativas de primeiro escalão, sob investigação, sugiram conhecer fatos e documentos (provas) passíveis de condenação, que eles tenham o direito de esconder em alguma gaveta, para usar oportunamente. Esse comportamento é criminoso e não apenas anti-ético. Querem parecer poderosos aos olhos do público? Querem desafiar a justiça? Na verdade querem também intimidar e turvar a razão dos que querem corrigir, o que os tais investigados não corrigiram enquanto tiveram chance.

Atitudes desse tipo, mais que propinas, estão levando todo o sistema de conceitos à mais imoral nudez, porque nestes casos, as provas materiais necessárias ao entendimento e à condenação já são suas próprias e inequívocas declarações. O que mais é necessário? Se houverem outros a serem condenados, isso não deve absolver delatores criminosos, como se faz crer hoje neste país que seja compatível com o senso de direito, não com o senso de direito daqueles que escolhem viver honestamente.

Em um país onde advogados têm o direito de turvar e retardar a justiça, onde juízes são absolvidos, por fisiologismo, de erros que condenam qualquer cidadão, e ainda se penaliza o louvável rigor do agente público que registrou o erro, no cumprimento do seu papel... O que podemos esperar a nosso favor desse sistema falacioso?

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