O Que Movimenta o Nosso Mundo Não é o Conhecimento, Mas o que Pensamos Conhecer.

domingo, 29 de novembro de 2015

O SENSO DE DIREITO À BRASILEIRA

Absurdamente estranho é o senso de direito, maquiado pela ambição de poder, que permeia e justifica a nossa política desonesta, sediada nas casas legislativas (onde as leis são feitas e regulamentadas) porém hoje encovilhada em todas as instâncias do Estado. É um contra-senso público. A ambição usurpa o espaço do interesse público, e transforma a gestão do bem comum em enfrentamentos pessoais, por vezes dissimulando a covardia do terrorismo e do crime organizado. O que essa política faz com a representatividade, é traição, por ação e omissão.

Mais revoltante não perceber a chantagem óbvia por trás das palavras, e dos olhares sórdidos, de quando dizem tipo assim "se eu cair arrasto muitos comigo". Pior, muito mais aviltante, é não haver uma reação imediata das próprias casas, porque isso demonstra que não nos falta apenas a lealdade de quem o diz (ação), mas também falta a perspectiva da correção (omissão)!

Esse bordão assegura o caráter criminoso de quem o usa. E não poderia ser suposto como blefe, porque não se trata de um carteado de pistoleiros americanos, não estão num "saloon", e porque nem todos os apaches estão mortos ainda. Foram alfabetizar os tupiniquins para rechear de argumentos a propaganda, agora está a cada dia mais difícil enganá-los com pentinhos e espelhinhos.

Os brasileiros que não se dependuram nas tetas do erro, não podem aceitar que autoridades legislativas de primeiro escalão, sob investigação, sugiram conhecer fatos e documentos (provas) passíveis de condenação, que eles tenham o direito de esconder em alguma gaveta, para usar oportunamente. Esse comportamento é criminoso e não apenas anti-ético. Querem parecer poderosos aos olhos do público? Querem desafiar a justiça? Na verdade querem também intimidar e turvar a razão dos que querem corrigir, o que os tais investigados não corrigiram enquanto tiveram chance.

Atitudes desse tipo, mais que propinas, estão levando todo o sistema de conceitos à mais imoral nudez, porque nestes casos, as provas materiais necessárias ao entendimento e à condenação já são suas próprias e inequívocas declarações. O que mais é necessário? Se houverem outros a serem condenados, isso não deve absolver delatores criminosos, como se faz crer hoje neste país que seja compatível com o senso de direito, não com o senso de direito daqueles que escolhem viver honestamente.

Em um país onde advogados têm o direito de turvar e retardar a justiça, onde juízes são absolvidos, por fisiologismo, de erros que condenam qualquer cidadão, e ainda se penaliza o louvável rigor do agente público que registrou o erro, no cumprimento do seu papel... O que podemos esperar a nosso favor desse sistema falacioso?

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

EINSTEIN PREVIU IDIOTICE POUCA

Como Einstein previu, a tecnologia está criando uma geração de idiotas. Mas no bojo dessa previsão surpreendente, dita por alguém como ele, pensador do século e depositário do pensamento democrático do pós-guerra, há muito mais à disposição da nossa preguiçosa reflexão. Alguém se dispõe a me acompanhar? Pra começar não podemos deixar passar um aparente conflito: a tecnologia se baseia no conhecimento científico, especialidade de Einstein. Então parece claro que ele separava a ciência da exploração tecnológica, comercial ou não.

Embora o olhar crítico sobre o uso da tecnologia tenha incontáveis focos, talvez nenhum seja hoje tão importante quanto o que se deve ter sobre a tecnologia de informação, menos pela complexidade de pesquisa e desenvolvimento, e muito mais pelo imenso potencial do seu uso, para bem e para mal, ao que se associe a lerdeza com que se cria condicionamento jurídico e se estabelecem políticas públicas de controle e proteção.

Não se trata apenas de não sabermos mais calcular raiz quadrada à mão. O condicionamento de uso vai muito além, e não tem faixa etária exclusiva, nem estrato social. A principal razão é óbvia e está acima: não existem mecanismos de controle. Contudo, isso não invalida a previsão de Einstein, lógica de cientista, isenta de outros interesses. Claro que o próprio usuário alimenta o erro, mas ele paga generosas remunerações para aqueles que se propuseram a zelar pelo interesse público e não o fazem. Esses têm a obrigação e não o direito de ter a atitude correta.

Assim como ocorre em todos os campos de aplicação da tecnologia, estamos assistindo a um processo social de escravização sem precedentes, dissimulado sob o poder de sedução de produtos e serviços, sob o direito a pequenas ambições, sob o conceito fundamental capitalista que assegura falsamente que as melhores pessoas são as que mais podem comprar, no caso tecnologia moderna. Faríamos, enfim, uma lista interminável de falsidades que mantém esse processo auto-destrutivo.

No extremo da linha, temos o que há de mais contemporâneo: coletivos que têm pés, mãos e línguas desrespeitosas, mas são incapazes de pensar, cada indivíduo que os compõe por si próprios, estão institucionalizando a "idiotice", porque a frequência lhe atribuirá caráter "normal" e depois legítimo. É a banalização da estupidez, da inconsequência, da representatividade, da deslealdade e afinal do crime.

Se eu estiver equivocado, vou gostar de saber a razão de ver políticos violando leis para realizar objetivos apenas seus, comandantes de órgãos públicos traindo o necessário princípio de autoridade (do que não abrem mão em suas competências), caminhoneiros acham que têm o direito de fazer uma chantagem não institucionalizada, e outra lista imensa caberia aqui. Até mesmo incluindo produtos do processo, por exemplo: um garoto, que já pode botar votos nas urnas e filhos nos úteros, resolve que tem o direito idiota de brincar de assaltante no trânsito, o meio atualmente mais inseguro do nosso cotidiano.

Se eu não fosse lúcido, talvez terminasse escrevendo aqui: quem concorda compartilha. E haveria quem o fizesse sem ler.
 
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domingo, 15 de novembro de 2015

DOCE ENGANO... NÃO VALE!

Uma sucessão de fatos terríveis está oculta pelo nosso modelo de ver as coisas. Estamos obstinados a trocar nomes de pessoas, como se o problema fosse individual. Estamos nos baseando em opiniões e estão faltando conceitos e procedimentos responsáveis. Estamos aceitando justificativas para o injustificável, tolerando pretensos direitos danosos ao bem comum.

Se apressarmos a velocidade de projeção desse nosso filminho de falso super-herói, veríamos que estamos nos destruindo. Uns por ações inconsequentes e outros por uma exagerada tolerância. Faltam água, gestão, sobram lama e política, mas tudo é declarado na forma da lei. Bem, em CPI e premiando delações quase tudo.

O que será ainda necessário de ser feito (e não de acontecer), para que (os que sobrevivam) assumam a atitude certa por meios corretos? Por que não temos e não exigimos um planejamento de ações de governo de médio/longo prazo, pelo qual possamos saber que significado realmente tem o que é feito e o que acontece?

Pelo mundo afora a intolerância acéfala de alguns está matando muitos outros, como num abatedouro. Mas por aqui, a tolerância inútil está matando literalmente tudo que vive, em ordem de grandeza muito maior, e ainda mais irracional!

Queremos estar em um dos lados da cadeia, mas somos tolerantes com os criminosos que estão em ambos os lados, com ou sem gravata. Nesse passo, talvez não haja mais lados nem cadeias nem rios nem minas nem pré-sal nem cemitérios... O que valerá, por exemplo, a maior empresa de capital nacional, depois da maior empresa brasileira?