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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015



ESPERAR?... NÃO QUERO ESPERAR!


Esperar?... Não quero esperar! E também não quero comer cru, pois que cada coisa deve ter seu tempo justo, segundo o meu direito à justiça. Não quero estar submetido à conveniência do cozinheiro. Esse é o erro elementar e todos os outros são cometidos depois deste. Quero saber, mais do crer, que a carne que venha debaixo do angú tenha a "procedência" que eu mereço, e não a que queiram os que eu pago para me servir, e me informar, porque tudo tem "procedência". Já é tempo de se corrigir o conceito de tudo: o patrão sou eu!

Quando usam uma palavra de modo a induzir outra idéia, tentam me enganar. Quando escondem algo de alguém que me representa, o escondem de mim. Quando não me oferecem as perspectivas que me interessam, me fazem de vegetal. Quando legislam em interesse próprio me traem. E traição é crime, embora por aqui não exista a instituição jurídica da pena de morte. Aliás, por aqui não exitem penas às quais o legislador se arrisque a estar submetido algum dia.

Mentem todos os que se favorecem da mentira, basta se perguntar quem ganha com ela. Enganam os que se acusam dentre os marujos. Estamos todos no mesmo barco, num só rumo até onde aportaremos, ou haveremos de afundar todos. A diferença é que alguns de nós se propuseram espontaneamente a conduzir o barco. Não fogem das suas remunerações e outros direitos, e mais vantagens que nem são direito, mas tentam descer o escaler das suas responsabilidades. Aonde pensam que vão, eles e os herdeiros dos seus crimes?

As ideologias em geral são inimputáveis. Não são elas que cometem crimes, mas os que as usam como falso rótulo. As coisas não são assim mesmo, na prática são como são feitas, segundo o interesse de quem faz. Creiam (porque não tiveram oportunidade de saber) que qualquer forma de socialismo, inclusive o demonizado comunismo, poderia ser útil. Até mesmo o tão degenerado paternalismo do Estado, poderia ser bem exercido, se o fosse em nome de todos, por todos e para todos. E porque não o capitalismo consumista, o neoliberalismo sem pejoratividade? Desde que se pudesse saber da carne sob o angú oferecida pelos mercados ditos pretensamente livres, sem mentiras e equívocos patrocinados por outro patrão (desculpe a redundância), que não eu.

Não quero esperar nem mesmo para que tenham tempo de colher minha opinião. Não há rua neste país em que caibam os duzentos milhões de cidadãos, que pagam por direitos que já são seus e pela dignidade que cabe ao Estado prover. Pela que cabe a mim mesmo, respondo eu. Neste país, plebiscitos e consultas não são o que parecem. As respostas alternativas são montadas para respaldar esta ou aquela estratégia, ou seja, o meio não se justifica, mas é o fim que justifica o meio.

Não devo temer a paralisia, se ela engendrar a queda deste sistema sórdido de conceitos que se pratica, nas entrelinhas da lei: "tudo foi declarado". Propor um compromisso que depois não se conseguiu implementar, não é exatamente uma mentira. A mentira, por exemplo, é não apurar o porque de não ter sido implementado, e não punir os responsáveis. A mentira é a impunidade, falsamente atribuída à "arte" da política. A mentira é alegar que falta arrecadação de tributos, falta chuva nos reservatórios... O que falta é a dignidade da gestão, a mesma que se vê quando dizem que "cada gota conta". Mas as que são perdidas no trajeto de distribuição não contam.

Não devo temer a paralisia porque os que estão empossados, mais do que eu que os escolhi dentre outros, estão compromissados com as soluções, e não deveriam ter o direito de abandonar o barco, não no meu escaler... Sim, depois que encoleirarem os demônios que criaram, talvez eu permita que pulem, e tentem chegar a nado. Mas aí não vão querer. Pelo menos, depois de me convencer de que angú pode ser uma boa refeição. Não para mim que sou o patrão. Mas para abarrotar as quentinhas do presídio, porque até isso eu tenho que pagar do meu bolso, contra recibo para a sociedade.

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